Ao mesmo tempo que são avessas à idolatria, as igrejas evangélicas têm impulsionado a criação de verdadeiros astros pop e pastores que agem como estrelas midiáticas. É esse comportamento contraditório que Regis Danese tem evitado e criticado nos últimos anos. O cantor, considerado um “ídolo” gospel, dispensa essa postura. Segundo Regis, após atingir o sucesso comercial no mercado religioso, ele se tornou uma pessoa egocêntrica, que não atendia mais as igrejas. “Quando me convidavam para uma apresentação em uma igreja, eu inventava desculpas e não ia. Só buscava realizar meus shows, ganhar meu cachê e não me envolvia com a religião da forma que deveria. E hoje muitos artistas se portam dessa mesma forma, como se fossem Lúcifer, querendo atrair todos os holofotes e luzes para si e não para a mensagem de Jesus. É fácil ficar vaidoso nesse meio, por isso precisamos ter cuidado para não cair nessa armadilha”, reflete Regis Danese.
Para o cantor, o momento na música gospel é delicado e o conteúdo das letras cada vez se assemelha mais à auto-ajuda. “Quase não há mais artistas que cantem sobre a mensagem da cruz. Há muita teologia da prosperidade e pouca adoração e louvor. Tenho tentado não seguir esse padrão”, comenta Danese. O que levou o cantor a repensar a carreira e a música gospel foram alguns trágicos acontecimentos pessoais. O mais relevante, contudo, foi a leucemia que sua filha Brenda enfrentou nos últimos anos. “Essa notícia me abalou. Não queria mais fazer shows, nem gravar material novo. Levei quase dois anos para voltar a trabalhar com o mesmo ritmo de antes”, revela Danese. A MK Music, gravadora do cantor, respeitou esse período conturbado e não pressionou Danese a gravar um material inédito enquanto não estivesse recuperado emocionalmente. “A Yvelise de Oliveira, presidente do grupo MK, só veio cobrar um novo trabalho no início desse ano. Ela me convenceu de que já era hora de voltar a criar”, confessa.
Esse empurrão da executiva da gravadora, mais a vontade de fazer um trabalho que fugisse dos clichês atuais do mercado gospel, auxiliaram Danese a gravar o álbum “A Glória é do Senhor”, lançado em junho. O disco traz muitas letras baseadas em passagens da bíblia. Além da faixa título, que se transformou no primeiro clipe do projeto, o CD tem como destaque “Deus da Família”, dueto de Danese com sua filha Brenda. “Ela é afinada e gosta de música. Em breve, quero me dedicar à produção de um disco solo da Brenda”, adianta o pai coruja.
Para divulgar esse projeto, o cantor pretende excursionar também pelo exterior. “Sempre recebo convites para tocar lá fora, mas não costumo aceitar. Não gosto muito de viagens longas – curto ficar em casa, com a família. Mas esse ano vou mudar minha postura em relação a isso”, revela Danese.
PROCESSO
Assim como na vida pessoal, Danese tem passado alguns percalços também no âmbito profissional. Nos últimos três anos, ele vem enfrentando uma grave acusação. Foi processado por Rafael Duarte, que se diz o real autor da música “Faz um Milagre em Mim”, principal hit de sua carreira.
Em vídeo postado no YouTube em 2010, Rafael, que se classifica como compositor reconhecido no meio gospel e do samba, alega que teve essa música apropriada por Joselito e Kelly Danese (que assinam a versão gravada por Regis). Porém, não há nenhum registro de composições de Rafael em associações vinculadas ao ECAD.
Por conta desse mal entendido, o caso foi parar na Justiça. Rafael move um processo contra Regis, reivindicando parte dos direitos arrecadados pela música nos últimos cinco anos. “Já gastei muito dinheiro com advogados tentando provar minha inocência. É algo chato e estranho, pois o Rafael não tem nenhuma música registrada em nome dele”, alega Danese.
Fonte:PORTAL SUCESSO!
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